quarta-feira, 1 de agosto de 2018

O dia molhado: Mergulho e o Elevador Lacerda 01/07

Dia 1/7

O Mergulho
No 1º dia do mês de julho, a programação da viagem ficou um pouco mais “molhada” do que de costume. Após um dia com uma trilha muito calorenta na Mata Atlântica do litoral brasileiro, visitamos outra maravilha da costa do nosso país: a barreira de corais da Praia do Forte, onde também se localiza o Projeto Tamar.
Descrever o mergulho foi a primeira coisa que fiz após sair dele, conversando com uma amiga minha. Primeiramente, não se imagina a imensidão dos corais. É somente ao notar que o mar quebra extremamente longe da praia que se pode ter noção da extensão da barreira. As ondas quebram longe, como se o mar, não conseguindo adentrar os corais com toda a sua força, tivesse adotado uma técnica mais sutil, mais calma e sorrateira, para preencher o litoral com sua água salgada.
Nós não somos de lá, com toda a certeza. Temos que usar uma máscara para poder mergulhar e ver. E, ao menos eu, que estava mergulhando pela primeira vez num lugar como aquele, não sabia para onde olhar. Tudo parece vivo. Tudo é vivo. Graças ao leve vai e vem do mar, as algas se mexem como se houvesse vento debaixo d’água. Sim, é similar à superfície, mas é diferente, também.
Os animais se afastam de você e quanto mais você nada, mais bagunçado tudo parece ser (mas é você que está bagunçando tudo). Ao ficar parado, flutuando, olhando para baixo, tudo passa devagar pelos seus olhos. E todo detalhe pode ser observado pelo seu cérebro. Os peixes se aproximam mais, as “pedras” não são “pedras”, elas possuem buracos que fecham ao toque, porque corais na verdade são seres vivos. Seres vivos altamente escorregadios e cortantes, com seus exoesqueletos de calcário.
É claro, não posso deixar de notar todo o resto da variedade que pudemos ver: um pepino-do-mar, uma estrela-do-mar, uma moreia muito tímida… E claro, vários seres humanos, nadando em bando, de um lado para o outro, curiosos com tudo o que já descrevi.







Elevador Lacerda e Praça Castro Alves
A ida ao Elevador Lacerda foi uma rápida visita noturna, com uma guia turística da cidade. Está localizado na Praça Tomé de Sousa, também conhecida como Praça Municipal, no Centro Histórico de Salvador, dividindo o espaço com o Palácio Tomé de Sousa (atual sede da Prefeitura), o Palácio Rio Branco (antiga sede do governo da Bahia), a Câmara de Vereadores de Salvador e a Estátua de Tomé de Sousa, o primeiro governador-geral do Brasil.
É o primeiro elevador urbano do mundo e, na época de sua inauguração, 8 de dezembro de 1873, era também o mais alto. Transporta pessoas da Cidade Alta (Praça Tomé de Sousa) para a Cidade Baixa (Praça Cairu). Atualmente, é um dos principais pontos turísticos da cidade de Salvador, presente em inúmeros cartões postais.
Foi um ambicioso projeto da família Lacerda, que entendia a necessidade de um rápido transporte entre os dois níveis de Salvador. A grande escarpa que dividia a cidade tinha se tornado um problema que piorava cada vez mais, graças à expansão urbana. O pai da família, Antônio Francisco de Lacerda, dono de muitas propriedades, seu irmão, Augusto Frederico de Lacerda, sua esposa e seu sogro reuniram-se muitas vezes até que as obras pudessem tomar início no dia 17 de outubro de 1869.
O nome popular inicial do elevador era “Parafuso”, mas isso foi mudado em 1896, para homenagear Antônio de Lacerda, o idealizador do projeto. Após ser inaugurado, o elevador tornou-se o principal meio de transporte entre a Cidade Baixa e a Cidade Alta quase que instantaneamente. Inicialmente, os passageiros eram pesados inicialmente, para que não fosse ultrapassado o limite de peso de nenhuma das duas cabines.
Desde sua inauguração, o Elevador Lacerda passou por várias reformas, como a de 1906, para sua eletrização. Em 1930, que foram adicionados mais dois elevadores e uma nova torre, dando ao Elevador Lacerda a arquitetura que tem hoje. Ao longo do tempo, toda a parte mecânica já foi reformada, além de ter passado por revisões em sua estrutura de concreto, maquinário elétrico e eletroeletrônico.
Vale ressaltar que, do alto das torres do Elevador Lacerda, o turista pode enxergar, a Baía de Todos-os-Santos, o Mercado Modelo e, um pouco mais distante, o Forte de São Marcelo. Perto dali, encontra-se a Praça Castro Alves, com um monumento inaugurado no dia 6 de julho de 1923, com mais de 10 metros de altura. Representa o grande poeta Castro Alves, todo em bronze, “na atitude de fala ou de estar declamando, tendo a cabeça descoberta, fronte erguida, olhar perdido no infinito, chapéu mole de estudante à mão esquerda e o braço direito estendido”, como é descrita. Na base do monumento, está representado um casal de escravos, fazendo referência à luta do poeta pela abolição da escravatura. Atualmente, o resto mortal de Castro Alves se encontra em uma cripta na base da estrutura.




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